Festival Rtp da Canção...

Valha-me Deus... e que os meus amigos músicos me perdoem, mas... eu confesso que vi o Festival da Canção...

Vi... mas antes tivesse aparado os cabelos do nariz, raspado um calo que tenho num joanete, desencravado uma unha... ou espremido um ponto negro... e pelo menos tinha feito algo de útil e eventualmente sentido alguma alegria em ter nascido...

Nem sei por onde começar... tal é o turbilhão de desânimos paralelos que assolam o resto do meu cérebro.... se é que o que sobrou de uma juventude a "ferro e fogo" é digno de ser chamado de cérebro, algo que os humano normais transportam dentro do crâneo e que alguns até usam para pensar...

Já respirei fundo várias vezes para oxigenar, mas... sinto-me como um carro antigo que emite demasiado CO2... sinto-me atafulhado de poluente e só me apetece emigrar para a Birmânia, que não sei bem onde é que fica... mas sei que é longe...

Dantes... na noite do Festival da Canção... a família juntava-se como se fosse noite de Natal, ou Benfica-Sporting... e o ambiente era de brusca cotovelada quando alguém emitia o som da primeira sílaba para tentar dizer alguma coisa. A malta queria mesmo era ouvir as canções...

- Vamos lá ver quem foi o português que fez a melhor canção, para ver se não somos outra vez enrabados a sangue frio e  sem vaselina... lá na Eurovisão.

Comecemos por informar, os portugueses, para quem não sabe.... que não é qualquer comum mortal que pode concorrer ao Festival da Canção. Ou pensam que a Rtp é de todos? Hein? Estão parvos ou quê?.. Ao Festival concorreram apenas os compositores convidados pela "Corja de Chulos" que gere este departamento da nossa (nossa... o cacete...) televisão pública.

Desculpem escrever sempre Festival com letra maiúscula... mas ele já é tão insignificante que se escrevo com letra minúscula, receio que vocês nem dêem por isso.

Da 1ª meia final, com muita pena minha, destaco em 1º lugar o valente par de mamas da apresentadora, coisa que sempre é agradável à vista de "homem que é homem" e por (infelizmente) más razões, a surpreendentemente triste participação de Adelaide Ferreira... essa grande cantora, que nos seus tempos aúreos... era uma SENHORA a cantar. Só que desta vez a Adelaide parecia ter fumado daquele tabaco que a malta fuma e se farta de rir... e se foi esse o caso, Adelaide... larga a droga ou... põe mais tabaco nisso. Parecia uma letra feita por um puto rebelde, com pouco jeito para as "letras" e ainda por cima acompanhada por uma música "sem jeito nem trambelho", demasiado linear, sem refrão que se apresente e cantado, de quando em vez, ali mesmo à "rézinha",como se diz no Algarve da baixa-mar. Mas... que aqui fique bem claro e sem qualquer ironia, que gosto da Adelaide que se pelos vistos já não o é, foi uma das melhores vozes femininas deste país.

Da 2ª meia final, destaco o sinal que a apresentadora Sílvia Alberto tem abaixo do lábio e que noutra circunstância até poderia ser sexy e excitante, mas que neste contexto me pareceu sempre uma cagaita que a força de gravidade não conseguiu levar até ao chão... e a desastrosa e pouco dignificante participação dessa também grande SENHORA, Simone de Oliveira. A Sra. D. Simone já com 77 anos, devia definitivamente ter parado de cantar para que possamos lembrar apenas... a excelente artista que foi. Faça novelas, dê entrevistas, faça bolos, faça sudoku, faça café e deite-se... mas por amor de Deus... deixe de cantar. A besta que a convidou é que devia ter tido a noção do ridículo de pôr esta outrora excelente cantora a cantar uma canção, na qual a linha melódica mostrava que a sua amplitude vocal já não passa de uma oitava.

E fiquei... à força de calmantes... durante o resto da semana, à espera da final. Hojei até tomei banho e limpei os ouvidos com cotonetes Auchan... e limpei os óculos com uns toalhetezinhos Lidl. Foi um dia à grande... armado em rico... a gastar água, cotonetes e toalhetezinhos...

Só mesmo eu... o Sócrates... o Bill Gates e o Ricardo Salgado é que nos podemos dar a estes luxos...

Hoje foi a Grande-Final e vi de novo... Vi com o mesmo entusiasmo de quem vê um faquir puxar de 2 agulhas e fazer um "naperon" de crochet, ou de quem palita os dentes e lhe salta um "pivot". Eu estava tão empolgado que até me levantei e fui fazer umas torradinhas... de paposseco. (carcaça... como dizem lá em Portugal)...

Depois de ouvir as 6 canções... até consegui ter saudades da Suzy, do ano passado. Pelo menos era "boazona" apesar daquela canção, que parecia a fusão de pimba com o hino dos papuas da Nova-Guiné.

Acho... e desafio a gerência da Rtp para deixar de apurar um tema para a Eurovisão.  Devemos é começar a participar no Festival da Canção do Norte de África. É que, como fazemos sempre figura de camelos... eles por lá já estão tão habituados ao animal... que a coisa sempre passa mais despercebida... e acaba por ser... "tão natural como a sua sede"...

Bom... vou-me deitar para descansar bem porque amanhã é Dia da Mulher... e nunca se sabe quando teremos que dar uma fugida na rua... para escapar à fúria de algum bando de fêmeas "rebarbadas" que recentemente tenham visto as "50 sombras de Grey". Ele há cada chatice na vida...

Valha-me Deus... e que os meus amigos músicos me perdoem, mas... eu confesso que vi o Festival das Canção...